De acordo com a Coordenadoria Estadual do DNOCS no Ceará (CEST/CE), para o ano
de 2012, as previsões da FUNCEME são praticamente iguais às de 2011, com 40% de
probabilidade de um inverno dentro da média histórica e, 25% acima da média.
Segundo o engº agron. Luiz Paulino Pinho, partindo desse embasamento científico,
e levando-se em conta que 2012 iniciou-se com uma situação bem mais confortável,
com 11.081.000.000 m³ ou 73,10% acumulados, e como a recarga no ano de 2011 foi
de 25%, teoricamente chegaria-se ao final da quadra invernosa deste ano, com 98%
da capacidade total de acumulação, algo em torno de 15.000.000.000 m³.
Na realidade, isto não deve acontecer pelos seguintes motivos; a pluviometria no
Estado do Ceará, como do semiárido, são irregulares no tempo e no espaço; as
bacias hidrográficas apresentam afluências médias e recargas diferentes, além de
iniciarem o ano hidrológico de 2012, com percentuais de acumulação também
diferentes; no caso específico da bacia do Jaguaribe, durante o período chuvoso,
além do monitoramento das recargas, foram executadados também com outros órgãos,
o controle de cheia no sistema Jaguaribe, com o objetivo de encerrar a quadra
invernosa, com os açudes Castanhão e Banabuiú respectivamente nas cotas 103 e
141, e os volumes correpondentes de 5.500.000.000m e 1.460.000.000m, não
alcançando evidentemente seus volumes máximos.
A CEST/CE apresenta por bacia, uma perspectiva para o ano de 2012, para somente,
no final fornecer a previsão geral, esclarecendo sempre, que isto só ocorrerá,
caso as previsões da FUNCEME se concretizem: – Bacia do Jaguaribe (Alto, Médio e
Baixo Jaguaribe, Salgado e Banabuiú): está com 75% de sua capacidade,
9.060.000.000 m³ e, mesmo com uma recarga de 23%, devido ao controle de cheias
através dos reservatórios Castanhão e Banabuiú, deve chegar até o final de junho
com 90% de sua capacidade total 10.800.000.000 m³; – Bacia do Acaraú/Coreaú:
está com 75% de seu volume máximo e, com uma recarga próxima a de 2011 (40%),
deve chegar ao final de junho com 100% da capacidade de 1.790.000.000 m³; –
Bacia do Curu: está o ano com 54% volume máximo, com uma recarga próxima a de
2011 (28%), deve chegar ao final de junho com 82% da capacidade total, com
820.000.000 m³; – Sistema Complementar (Metropolitana, Litoral e Sertões de
Crateús): está com 49% de volume máximo e, com uma recarga próxima a de 2011
(24%), deve chegar ao final de junho com 73% da capacidade total de 207.000.000
m³, em tese, a bacia a ser a menos beneficiada no ano atual.
Baseados nos prognósticos da FUNCEME, uma previsão para o final do inverno de
2012, com os reservatórios administrados e monitorados pela CEST/CE, acumulando
em torno de 90% de suas capacidades máximas, ou seja 13.600.000.000 m³, dos
15.147.000.000m possíveis de serem armazenados.
Trataria-se então de um extraordinário volume acumulado tendo em vista o caráter
interanual dos reservatórios construídos pelo DNOCS, teria-se uma garantia de 3
anos para abastecimento, dessedentação de animais, etc, mesmo que as recargas
futuras não sejam significativas, podendo-se ainda com o desempenho no caso dos
reservatórios como o Castanhão, Orós e Banabuiú, estender essa garantia para 4
anos. Essa garantia acontece, porque no Programa de Gestão de Recursos Hídricos,
do DNOCS, esse procedimento é efetuado dentro de um parâmetro básico, que
é a vazão regularizada de cada reservatório com 90% de garantia.
Em relação aos principais reservatórios de cada bacia, a previsão para o ano de
2012, segundo Luiz Paulino, é a seguinte: – Castanhão : hoje na cota 101,10 com
4.820.901.376 m³, em vista, o controle de cheias do sistemas Jaguaribe deve
chegar ao final de junho na cota 103, com 5.500.000.000 m³; – Orós: hoje na cota
198,20 com 1.680.000.000 m³; deve sangrar entre março e início de abril,
atingindo a capacidade máxima de 1.940.000.000 m³; – Banabuiú: hoje na cota
138,60 com 1.240.000.000 m³, em vista o controle de cheias do sistema Jaguaribe
ao final de junho na cota 141,00 com 1.460.000.000 m³; – Araras: hoje na cota
150,66 com 685.000.000 m³, deve sangrar em abril e maio, com capacidade máxima
de 891.000.000 m³; – Pentecoste: hoje na cota 54,30 com 226.000.000 m³, deve
chegar no final de junho com 85% da capacidade máxima de 335.000.000 m³; –
Trussu: hoje na cota 252,80 com 270.000.000 m³, deve sangrar entre março e
início de abril, com capacidade máxima de 301.000.000 m³; -Taquara: hoje na
cota 128,50 com 165.200.000 m³, deve sangrar pela primeira vez, entre abril e
maio, com capacidade máxima de 320.780.000 m³.
Apesar do quadro geral altamente positivo, alguns açudes de médio porte, estão
em situação crítica, como: o Cedro que está com 19,9% da capacidade total, com
25.115.000 m³; Manoel Balbino com 34,9% da capacidade total, com 12.980.000
m³; Quixabinha com 14,5% da capacidade total, com 4.600.000 m³; Várzea do Boi
com 24,2% da capacidade total, com 12.550.000 m³ e o Tejuçuoca que está com
26,8% da capacidade total, com 7.550.000 m³.
As sangrias acima registradas, são as constantes no arquivo de monitoramento da
Coordenadoria Estadual do DNOCS no Ceará.