No entanto, o parecer prevê que nas áreas onde estão os principais açudes, as chuvas devem ser abaixo da média
Deve chover no Ceará na média histórica no período de março a maio. Este é novo prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), divulgado, ontem, que aponta a probabilidade de 43% de chuvas na média, 20% de chances de atingir a categoria acima da média e 37% de abaixo da média. A análise reforça o primeiro parecer, apresentado em janeiro pelo órgão, que apontava um cenário com mais precipitações, no entanto, já revelava preocupação em relação a segurança hídrica do Estado.
O estado de alerta se mantém, sobretudo, porque as chuvas devem se concentrar em áreas mais a noroeste do Estado. Para a região Jaguaribana, onde se concentram os mais importantes reservatórios do Ceará, o cenário deve ser de precipitações abaixo da média. “O quadro é muito parecido com o padrão apresentado para fevereiro-março-abril. A região sul que começa a dar sinais de ficar com chuvas abaixo da média. Aí a recarga fica comprometida”, anunciou o presidente da Funceme, Eduardo Sávio. A longo prazo, as condições que se desenham são ainda mais difíceis. Eduardo Martins se disse preocupado com a quadra chuvosa de 2018.
“Temos tendência de El Niño, que são água mais aquecidas no Pacífico Equatorial, no segundo semestre. O que muito nos preocupa de afetar a quadra de 2018. Mas é uma preocupação e olhar que o Sistema de Recursos Hídricos está tendo na sua simulação de aporte dos seus reservatórios até 2018 para poder controlar os vários usos de água até lá”, reforçou Martins. Ele frisou que enfrentamos o período de cinco anos com pior média de precipitações do Estado, 516mm.
Recarga
O presidente da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio, explicou que houve uma importante recarga nas 12 bacias do Estado nos últimos meses. No ano de 2017 já foi registrado um aporte total de 105,34 milhões m³. “É importante porque diminui a evaporação e tem um aporte aos açudes. Então aguardamos os meses de março e abril, que são os mais chuvosos, onde aguardamos uma recarga ainda melhor”.
Em dezembro de 2016, as precipitações ficaram 10% abaixo da média histórica do período. Em janeiro ficou com desvio negativo de 31%. Em fevereiro já alcança um valor maior que a média desse período, de 124.4mm, com aumento de 4,9% do período. A Funceme afirma que a Zona de Convergência Intertropical, responsável pelas chuvas dos últimos meses, deve se afastar do Ceará.