A ação foi autorizada pela ANA e pelo Ibama, com o objetivo de poupar água e garantir a segurança hídrica do NE

Será iniciada, por exemplo, a 1a etapa da operação em Sobradinho (BA). O nível de água que sai do reservatório vai baixar de 800 m3/s para 750 m3/s (Foto: Cid Barbosa)
Será iniciada, por exemplo, a 1a etapa da operação em Sobradinho (BA). O nível de água que sai do reservatório vai baixar de 800 m3/s para 750 m3/s (Foto: Cid Barbosa)

Sobradinho/Xingó. Hoje será iniciada a primeira etapa de redução da vazão mínima das barragens de Sobradinho (BA) e Xingó (AL/SE), ambas no Rio São Francisco.

O nível de água que sai dos reservatórios para o rio vai baixar dos atuais 800 metros cúbicos por segundo (m3/s) para 750 m3/s. Depois de um período de teste e do monitoramento da redução, o volume da vazão poderá cair para 700 m3/s.

A ação foi autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com o objetivo de poupar água no reservatório de Sobradinho para garantir a segurança hídrica do Nordeste.

Para o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a redução da vazão é necessária como medida emergencial, mas pode trazer consequências para a população da região, especialmente em relação ao abastecimento de água.

O vice-presidente do comitê, Maciel Oliveira, explica que as companhias de abastecimento da região não estão preparadas para a captação de água com a vazão de 700 m3/s. “Isso pode causar bastante prejuízo no abastecimento para milhares de pessoas”, diz.

Outro problema que pode ser causado com a redução do nível do rio é a reprodução de peixes, pois agora é a época de defeso no Rio São Francisco. “Os peixes estão preparados para receber uma quantidade de água maior, e a redução da vazão causa estresse nos peixes muito grande. Algumas espécies não conseguem nem se reproduzir”, diz Oliveira. Segundo ele, também deverá haver problemas de navegabilidade em todo o trecho do rio. Apesar de entender que a situação hidrológica atual requer medidas emergenciais, o vice-presidente do CBHSF defende ações a longo prazo para que o cenário não se repita nos próximos anos. Ele propõe que sejam feitas mudanças nas regras de operação dos reservatórios do Rio São Francisco, para preservar a água quando a situação hidrológica estiver melhor.

“Devemos planejar melhor o futuro para que não passemos pelo que estamos passando nos últimos cinco anos, que são as reduções constantes de vazão. Temos que ter novas regras de operação dos reservatórios do São Francisco para que, quando estivermos em uma situação hidrológica melhor, não se desperdice água de uma maneira maior e não se sacrifique o Rio São Francisco apenas para a geração de energia”, avalia.

Com a falta de chuvas na região, a Bacia do São Francisco enfrenta condições hidrológicas adversas nos últimos anos. Isso tem causado a redução dos níveis de armazenamento dos reservatórios. A situação tem levado a ações de flexibilização das vazões mínimas defluentes dos reservatórios.

http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/nacional/nova-reducao-de-vazao-comeca-a-valer-hoje-1.1655244

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